Nancy Queiroz
Acadêmica do 4°
semestre de Relações Internacionais da UNAMA
Acontece hoje, nesta quinta-feira (18) o referendo separatista na Escócia que decidirá o
destino da região. Trata-se de um plebiscito que definirá se a Escócia continuará
ou não fazendo parte do Reino Unido. Há muitas implicações que devem ser levadas
em consideração caso haja um resultado positivo. Historicamente a Escócia faz
parte do Reino Unido há mais de 300 anos e em dados brutos ela representa 8,3%
da população, ocupa 32% do território britânico e cerca de 9,3% dos gastos do
governo vão para a região escocesa.
Os
motivos que levaram ao referendo são históricos, seja por questões nacionalistas,
ou por ambições políticas e até mesmo ideológicas, sendo que no Parlamento Britânico,
dos 59 deputados escoceses, apenas um é conservador (David Cameron), ou seja,
unionista. Caso haja a perda do território escocês, o Reino Unido teria seu
território reduzido a dois terços do que é atualmente.
As
implicações estão principalmente voltadas para a situação econômica, visto que o
país representa 9,2% do PIB britânico, por conta das reservas de petróleo do
Mar do Norte que ficam do lado escocês. O líder da Escócia do partido
nacionalista, Alex Salmond (principal impulsionador do movimento separatista),
pretende criar um fundo com um décimo da receita do petróleo, fazendo com que a
Escócia se torne uma espécie de Noruega (monarquia constitucional), vista como
o melhor país do mundo em desenvolvimento humano, porém, com sistema político
social-democrata.
No
entanto, a exploração de petróleo do mar do Norte precisa da tecnologia
britânica para avançar, pois a Inglaterra é o principal precursor deste projeto.
Especialistas alegam que as reservas já não detêm recursos suficientes para
atender um possível país recém-formado e todas as suas obrigações financeiras.
Outro
ponto a ser analisado seria a questão monetária, em uma “Escócia independente”
a moeda usada seria a libra esterlina. Porém, a Grã-Bretanha se recusa
compartilha-la, sendo que o uso do euro não é um recurso aceito pelos escoceses.
O uso da libra esterlina faria o governo escocês abrir mão de arquitetar sua
política monetária e manobras para suas finanças públicas. Essa falta de
estabilidade monetária causaria problemas de cooperação e relações pacíficas com
outros países.
Quanto a sua situação com a União Europeia, sendo
um novo país, a Escócia teria que entrar na fila e preencher todos os
requisitos necessários para fazer parte desse bloco seguindo as condições
necessárias. De acordo com o artigo 49 do Tratado da União Europeia, os
princípios básicos são: ser um país europeu, respeitar os princípios comuns da
liberdade, da democracia, do respeito pelos direitos do Homem e pelas
liberdades fundamentais, bem como do Estado de Direito. Assim sendo
caracterizado por um novo país, legítimo e soberano.
Referência:
CARTA, Gianni. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/revista/817/o-reino-unido-sem-uisque-8026.html>.
Acesso em: 15. Set. 2014.
DARIO, Thuburn. Disponível em <http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/como-sera-o-futuro-se-a-escocia-se-tornar-independente>.
Acesso em: 15. Set. 2014.
Europa.eu. Disponível em: < http://europa.eu/legislation_summaries/enlargement/ongoing_enlargement/l14536_pt.htm>.
Acesso em: 16.Set.2014.
HASSAN, Gerry. Disponível em: <http://eds.a.ebscohost.com/eds/pdfviewer/pdfviewer?sid=aa190e9d-0cc3-433e-ba9a-c791e44d1fef%40sessionmgr4004&vid=1&hid=4111>.
Acesso em: 15. Set. 2014.
PRESSE, Da France. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/09/saiba-o-que-acontecera-se-a-escocia-se-tornar-independente.html>.
Acesso em: 15. Set. 2014
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