João Neves Neto
Internacionalista
graduado pela Unama
Em Relações Internacionais
se fala muito no Soft Power dos Estados Unidos, que fazem as pessoas a viverem
o “american dream”. Mas nos últimos
meses passamos a conviver com notícias dos atos violentos do Estado Islâmico. E
mesmo com esses atos, o grupo jihadista consegue recrutar vários soldados pelo
mundo. O Estado Islâmico estaria fazendo o Estado estadunidense provarem do seu
próprio “veneno”?
O Estado Islâmico usa como
mecanismo de promoção da sua causa, a utilização massiva de redes sociais, onde
vídeos muito bem editados vêm mostrar a força e o crescimento do grupo, ao
longo do tempo. Estima-se que com essa abordagem na internet, eles vêm
recrutando quase dois mil ocidentais.
Outros grupos jihadistas
tentaram usar a internet como meio de divulgação, mas nenhum chegou tão longe
quanto o Estado Islâmico. O grupo usa programas, como o SoundCloud, para
divulgar relatórios de combate, além de usar grupos no Whatsapp e contas no
Instagram, para divulgação de vídeos e imagens.
Mesmo toda pessoa
interessada na causa do grupo sendo aceita, o foco principal é voltado para os
muçulmanos, para quem o Estado Islâmico aborda o califado como um dever e uma
honra. A mensagem transmitida é glorificante e explana sobre abdicar das
regalias do mundo ocidental em troca do trabalho divino. Em outras palavras,
abandonar uma vida indigna por algo valoroso e grandioso.
Percebendo todo esse poder
de usar mecanismos de recrutamento de soldados, segundo o jornal estadunidense The
New York Times, o governo dos Estados Unidos vem tentando combatê-lo. Uma única
vez que uma conta em uma rede social, relacionada ao Departamento de Estado Estadunidense,
respondeu a um militante do EI. Turaab, membro do Estado Islâmico, postou que sabia
das dificuldades que muita gente está enfrentando para chegar ao grupo, mas
pede que as pessoas que compactuam com sua luta mantenham o desejo pela Jihad
vivo em seus corações. A resposta da conta usada pelo Departamento foi em tom
de ameaça: “Os recrutas têm duas escolhas: cometer atrocidades e morrer como
criminosos, ou serem presos e passarem a vida na prisão”.
A partir disto, podemos ver que o poder do Estado Islâmico
está cada vez maior, cuja dinamização da tecnologia está sendo usada
diretamente a seu favor e contra a hegemonia estadunidense que, como dito no
inicio, está provando do seu próprio “veneno” e parecendo perder o poder sobre
os países do Oriente Médio.
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