Neila Sousa
Acadêmica do 4º semestre de Relações
Internacionais da Unama
As discussões a
respeito do andamento da política externa brasileira se expandiram bastante nos
últimos anos em diversas áreas do conhecimento. E, a partir disto, especialistas
emitem opiniões a favor ou contra o atual governo. No que se refere ao
progresso do grupo petista, o qual gerou grandes perspectivas em relação ao
combate ao neoliberalismo, procurando se desvincular dos ideais deixados pelo
governo anterior na tentativa de criar estratégias inovadoras.
As
divergentes avaliações que surgem acerca da atual política externa brasileira, decorrem
de três maneiras: A partir da visão dos opositores, dos defensores e dos
observadores apartidários. As duas primeiras são sempre muito bem analisadas
por meio das redes sociais e outros meios de comunicação, já a ultima é analisada
de forma mais equilibrada entre erros e acertos da política externa atual com o
intuito de orienta-la em seu prosseguimento.
Para
que possamos compreender a postura do governo Lula e Dilma diante da política
externa brasileira, é importante analisar também, os inúmeros discursos e
publicações de artigos relacionados ao tema. Em seu primeiro discurso após ter
sido eleito, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu dar mais atenção aos
problemas sociais, enquanto na política externa, propôs a expansão do Brasil a
partir da sua integração com os países vizinhos, através do MERCOSUL, principalmente.
O
objetivo era intensificar a identidade histórica, social e cultural do
continente latino americano, acreditando que estes pontos são essenciais para a
sua normatização. E claro, potencializar a participação do Brasil na Organização
das Nações Unidas (ONU), ressaltando a importância de defender os interesses
nacionais do país, no Sistema Internacional por meio das relações multilaterais,
o qual também seria um meio para o Estado se desenvolver, sem deixar de lado a
importância de expandir suas ações diplomáticas com países desenvolvidos,
inclusive com os EUA.
Porém,
o que mais chama a atenção é o interesse em aumentar os laços diplomáticos com
países que estão em desenvolvimento como é o caso da África, partindo do
pressuposto de que suas afinidades culturais, históricas e geográficas são
semelhantes.
E,
a partir deste discurso, é possível combater as falhas existentes no Sistema Internacional
entre Estados desenvolvidos e subdesenvolvidos. Sendo mais evidente quando se
trata do Conselho de Segurança da ONU, onde os países representantes são apenas
as grandes potências: Estados Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia.
Estabelecer
relações com os países em desenvolvimento, que tenham interesses em comum com o
Brasil, é uma estratégia para que haja uma reforma no Conselho de Segurança da
ONU. No seu objetivo geral citada na Carta de São Francisco, as Nações Unidas
propõem a igualdade entre os Estados no cenário internacional, como citado
abaixo:
“Nós, os povos das Nações
Unidas, decididos: ... a reafirmar a
nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa
humana, na igualdade de direitos dos
homens e das mulheres, assim como das
nações, grandes e pequenas...”
Mas
pelo que se pode perceber, há uma grande disparidade neste propósito, onde as
regras do jogo são definidas por um pequeno grupo que dominam a organização e, por
tais motivos, fortalecer as relações Sul-Sul é relevante. Além disso, expandir
o comércio exterior do país para Estados com economia semelhante a do Brasil,
não passa de uma tática econômica que contribui para aumentar as eficiências de
barganhas entre países do Sul no decorrer das negociações em organismos
multilaterais, tendo como exemplo a luta contra os financiamentos agrícolas, na
Organização Mundial do Comércio (OMC), por exemplo.
É
notável que durante esta gestão, o Brasil ganhou mais visibilidade no Sistema Internacional
através da criação da Comunidade Sul-Americana de Nações, no que por sua vez,
houve a inclusão de países árabes e africanos, além de outros países em
desenvolvimento, sem contar o fortalecimento do MERCOSUL.
Através
da visão de Antônio Gramsci, teórico crítico de Relações Internacionais,
pode-se perceber que a proposta de inserção internacional do PT, é contestar os
mecanismos estruturais impostos pelas grandes hegemonias, na tentativa de
remodelar a geografia econômica global e, uma das tentativas é através da
relação Sul-Sul, que junto a OMC, tenta quebrar o protecionismo Europeu, sem
cortar suas relações com os atores hegemônicos.
Diante
disso, procura-se manter diálogos políticos por intermédio das estratégias
institucionais internacionais como o IBAS, BRICS e BASIC e como se sabe o governo
Dilma veio na tentativa de continuar a gestão do ex-presidente Lula, que tem se
mantido firmemente e que inclusive está sendo possível aprofundar cada vez mais
na continuação da gestão.
REFERÊNCIAS
Diplomacia brasileira sob Dilma e Patriota muda de estilo, mas mantém essência, Opera Mundi. Disponível em: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/26165/diplomacia+brasileira+sob+dilma+e+patriota+muda+de+estilo+mas+mantem+essencia.shtml%20 Acesso em 4 de setembro de 2014.
Carta de São
Francisco, Gabinete de Documentação e Direito Comparado. Disponível em: http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-dh/tidhuniversais/onu-carta.html
Acesso em 3 de Setembro de 2014.
Mapa, Dhiego de Moura. Inserção
Internacional no Governo Lula:
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