segunda-feira, 7 de julho de 2014

Neorrealismo: Kenneth Waltz e Robert Gilpin

Nielle Figueiredo
Acadêmica do 3° semestre de Relações Internacionais da UNAMA



                   O neorrealismo é uma das tantas vertentes teóricas que compõe o campo das Relações Internacionais. Esta corrente não é somente uma releitura do realismo clássico.  Na verdade, ela abriu uma gama de questionamentos, induzindo a tradição realista a uma reestruturação teórica que fosse capaz de se adequar à nova realidade internacional.
                   Kenneth Waltz foi um dos principais autores capazes de estabelecer os pilares da corrente neorrealista, revisando os conceitos clássicos e criticando-os fortemente principalmente no que tange a política internacional. Em seu livro “Man, the State and War” (1959). Mostra que, na verdade, a realidade internacional está ligada ao sistema internacional cujo mesmo é estruturalmente anárquico e propenso ao conflito, diferentemente do que os clássicos acreditavam ser.


                   Waltz alega em sua trajetória que o Estado deixa de ser o único ator do SI. No entanto, ele não perde o status de ator mais importante. A autonomia da política internacional é quem determina as ações do Estado excluindo fatores econômicos, de natureza humana, formação cultural, dentre outros. Outro ponto a ser ressaltado é o da política do equilíbrio de poder, já que dada a estrutura do SI, os atores são constrangidos a maximizar o seu poder-força a fim de haver a maior securitização de suas fronteiras.
                   Por outro lado temos outro teórico neorrealista, Robert Gilpin. Este autor é defensor da política econômica internacional e vem a chocar-se com Waltz quando afirma que a estabilidade do Sistema Internacional depende da atuação da potência hegemônica na medida em que ela é capaz de sustentar economicamente esse sistema, e que essa estabilidade não mais é dada exclusivamente pela capacidade militar e bélica dos autores internacionais. Definindo que o interesse dos Estados deve ser dado tanto no que tange o poder militar, quanto econômico. Apesar das diferenças de ambos os autores, é possível notar as semelhanças quando se fala no Estado como o principal ator do sistema internacional sem excluir a atuação dos demais atores.

                   Há que se ter claro que para Waltz, os atores não estatais são importantes somente em âmbito interno dos Estados. No SI, a unidade nacional continuará sendo vista como unitária. Para Gilpin, os atores não Estatais são importantes no sentido de que servem apenas como fantoches para os Estados. Isto significa que, na verdade, tudo passa pelo Estado. Portanto, para o Neorrealismo, ele ainda é o ator determinante das relações internacionais.  
                   Portanto, todas as ações realizadas, coloca-se a frente os interesses do Estado, e também, quando eles consideram como objetivo a preservação do status quo e a manutenção do poder-força. No entanto como afirma Waltz “a expectativa não é que um equilíbrio, uma vez alcançado, seja mantido, mas que um equilíbrio, uma vez interrompido, seja restaurado de uma forma ou de outra” o que justifica a propensão do SI ao conflito.


Referências:
MEDEIROS, Marcelo de Almeida (Org.). Clássicos das Relações Internacionais. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 2011.
NOGUEIRA, João Pontes. Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. 15.ed. Rio de Janeiro: Elsivier, 2005.
SALDANHA, Eduardo. Teoria das Relações Internacionais. Curitiba: Juruá, 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário