Ana Carolinne Barata
Acadêmica do 7º
semestre de Relações Internacionais da Unama
Usada
pela primeira vez pelo filósofo Max Horkheimer, em 1937, o termo Teoria Crítica,
ligava-se à reunificação do conhecimento e da ética, campos que passaram a ser
a base de estudos da Escola de Frankfurt, onde a teoria ganhou força e se
aprofundou nos estudos de Jurgen Habermas, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. O
principal foco de análise destes filósofos estava diretamente ligado a um
projeto de emancipação das camadas dominadas.
Amplamente
influenciados pelas ideias de emancipação de Kant e Marx, os filósofos buscavam
uma visão normativa da teoria baseada em modelos de conhecimento, como defende
Habermas, ao definir três diferentes modelos - de conhecimento - que questionam
o produto de valores emanados do poder do Estado, especialmente o modelo de ciências críticas, que analisa a
liberdade das estruturas sociais oprimidas. O filósofo também defende que a
ação comunicativa gera a reciprocidade entre os indivíduos, descrito no seu
conceito de “ação dialógica”, termo que serve de referência para os atuais
teóricos de Teoria Critica, especialmente na análise cosmopolita das Relações
Internacionais.
No
campo das Relações Internacionais, a Teoria Crítica vem como uma perspectiva
pós-positivista da área, baseadas nos preceitos dos já citados filósofos, cuja
ideia principal é a busca da liberdade das sociedades, que sofrem com diversos
tipos de dominação. Esta emancipação da sociedade é tida como produto do
conhecimento, o que leva a crer que a mesma seja vista como uma teoria
pós-marxista, como defendem alguns autores.
Os
principais defensores da teoria dentro das Relações Internacionais são Robert
Cox e Andrew Linklater que buscam a superação da dominação do Estado a partir do
entrelaçamento entre a sociedade (investigação das estruturas sociais) e o
conhecimento (construção da história).
Para
Cox, a Teoria Critica é tida como um projeto metateorético, pois ao defender o
declínio das ordens dominantes, deve-se partir da critica política e social que
estão inseridas no processo histórico da humanidade. O teórico também sustenta
que há caminhos alternativos que podem levar a emancipação social.
Já
Linklater, seguidor de Habermas, trás também a ideia de construção social a
partir do conhecimento e da ética universal, os quais levam os excluídos
sociais a alcançarem o status quo. Esta ideia caracteriza seu projeto de
extensão da comunidade para além do Estado-Nação, a qual acredita-se funcionar
quando hajam normas que sejam imparciais e universais.
Desta
forma, uma importante aplicabilidade da teoria no estudo das Relações
Internacionais é sobre as Organizações Internacionais, onde nações se juntam
para chegarem a acordos a partir de normas universais, mas que, no entanto, as
sociedades de menor poder político-econômico, passam a ser excluídas pelas
hegemonias. Um exemplo claro disto, é o que vem ocorrendo na Organização
Mundial do Comércio (OMC).
Assim,
a Teoria Crítica busca defender o aumento da autodeterminação dessas
sociedades, validando a ética universal e, consequente emancipação das
sociedades socialmente excluídas.
REFERÊNCIAS
SARFATI,
Gilberto. Teorias das Relações Internacionais. São Paulo:
Saraiva, 2005.
SILVA, Guilherme A.; GONÇALVES, Williams. Dicionário de relações internacionais. Barueri, SP: Manole, 2010.
CASTRO,
Thales. Teorias das Relações Internacionais. Brasília. Ed. FUNAG,
2012.
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