Rafaela Alves
Acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais da
Unama
No
texto a seguir tenho como pretensão fazer um aparato geral a respeito da Teoria
Construtivista, tendo como foco a explicação de sua natureza que abrange aos autores
e estudiosos, novas visões de mundo e novas possibilidades de estudo.
Estudando
a respeito da Teoria Construtivista, acredito que para uma melhor compreensão
devemos partir de sua ideia principal de realidade socialmente construída. Portanto uma ideia de que o mundo, as situações
cotidianas, o que se vive não é algo certo, construído a partir de modelos
pré-estabelecidos e finalizado. O
próprio conhecimento, a história, a sociedade, tudo é constituído por inúmeras
variáveis que causam diferentes dimensões de situações, sendo tida, então, como
realidade multivariada e multicausada.
O Construtivismo
tenta capturar que a realidade não pode ser compreendida de forma quantificada,
como antes, já que se dispõe da interação de meios físicos, materiais e de
relações sociais, sendo assim é uma realidade co-construída pelos seus agentes
e a estrutura vivida, o mundo.
Trazendo
a teoria para o âmbito das relações internacionais, Alexander Wendt
exemplificou tal conceito dizendo que a própria Política Externa não é causada pelo
agente ou pela estrutura, mas sim, pela interação dos dois. Portanto, como
crítica ao neorrealismo e neoliberalismo, Wendt toma como base justamente a
exclusão de existência de uma ontologia como perspectiva de mundo e a inclusão
de toda sua construção.
Pode-se
afirmar que o construtivismo tornou-se uma teoria relevante no Sistema Internacional
apenas após a queda do muro de Berlim, quando a Guerra Fria foi finalizada e se
percebeu que o mundo não era regido apenas pelas normas de um ou dois Estados. Tal
acontecimento não foi previsto pelas teorias vigentes, pois estas não
contemplavam a análises de fatores intangíveis.
Ou
seja, segundo a Teoria Construtivista, estas teorias não podiam mesmo, pois
eram fechadas a visões que matematizavam a realidade e não levavam em
consideração para o entendimento das questões imateriais do mundo: os valores de cada sociedade; suas interações; cultura; religião, as quais são base de um
individuo, de uma nação e influenciam diretamente na ação de um com outro.
Emanuel
Adler, também um importante teórico com suas análises ao escrever a respeito da
Teoria Construtivista nas Relações internacionais, acata como fundamental a
consideração tanto dos valores materiais quanto de valores imateriais que regem
as interações no globo, descreve a respeito dessa continua construção como
evolução cognitiva. E destaca como
importante que as comunidades epistêmicas tenham devida atenção a uma agenda de
pesquisa construtivista, para que melhor possam compreender o cenário que se
vive. Dentre tais assuntos dados como significativos, destaco alguns: A natureza emergente dos atores políticos; A construção social da estratégia de
conflito; Questões ambientais e sustentáveis;
e inclusive instiga uma pesquisa referente A
construção da “paz democrática” nesse aparato construtivista.
Como
admiradora desta teoria, um tanto complexa, porém muito esclarecedora, espero
que os leitores do blog tomem esse texto como algo que também os instigue a aprofundar
o conhecimento através da visão construtivista.
O
construtivismo é relevante para a sociedade atual e inclusive é tido
como ponte entre diferentes teorias, principalmente por ter essa
essência de respeitar
em seu entendimento diversos pontos que constroem a história e, portanto,
buscando não o absoluto em tudo,
mas as diferentes possibilidades.
Ainda
aqui os indico, assim como a mim foi indicado em sala de aula, outros importantes autores construtivistas, além de
Emanuel Adler e Alexandre Wendt, como: Nicholas Onuf e Friedrich Kratochwil.
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