sexta-feira, 18 de julho de 2014

Teoria Construtivista

Rafaela Alves
Acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais da Unama


No texto a seguir tenho como pretensão fazer um aparato geral a respeito da Teoria Construtivista, tendo como foco a explicação de sua natureza que abrange aos autores e estudiosos, novas visões de mundo e novas possibilidades de estudo.

Estudando a respeito da Teoria Construtivista, acredito que para uma melhor compreensão devemos partir de sua ideia principal de realidade socialmente construída.  Portanto uma ideia de que o mundo, as situações cotidianas, o que se vive não é algo certo, construído a partir de modelos pré-estabelecidos e finalizado.  O próprio conhecimento, a história, a sociedade, tudo é constituído por inúmeras variáveis que causam diferentes dimensões de situações, sendo tida, então, como realidade multivariada e multicausada.

O Construtivismo tenta capturar que a realidade não pode ser compreendida de forma quantificada, como antes, já que se dispõe da interação de meios físicos, materiais e de relações sociais, sendo assim é uma realidade co-construída pelos seus agentes e a estrutura vivida, o mundo.

Trazendo a teoria para o âmbito das relações internacionais, Alexander Wendt exemplificou tal conceito dizendo que a própria Política Externa não é causada pelo agente ou pela estrutura, mas sim, pela interação dos dois. Portanto, como crítica ao neorrealismo e neoliberalismo, Wendt toma como base justamente a exclusão de existência de uma ontologia como perspectiva de mundo e a inclusão de toda sua construção.

Pode-se afirmar que o construtivismo tornou-se uma teoria relevante no Sistema Internacional apenas após a queda do muro de Berlim, quando a Guerra Fria foi finalizada e se percebeu que o mundo não era regido apenas pelas normas de um ou dois Estados. Tal acontecimento não foi previsto pelas teorias vigentes, pois estas não contemplavam a análises de fatores intangíveis.

Ou seja, segundo a Teoria Construtivista, estas teorias não podiam mesmo, pois eram fechadas a visões que matematizavam a realidade e não levavam em consideração para o entendimento das questões imateriais do mundo:  os valores de cada sociedade;  suas interações;  cultura; religião, as quais são base de um individuo, de uma nação e influenciam diretamente na ação de um com outro.

Emanuel Adler, também um importante teórico com suas análises ao escrever a respeito da Teoria Construtivista nas Relações internacionais, acata como fundamental a consideração tanto dos valores materiais quanto de valores imateriais que regem as interações no globo, descreve a respeito dessa continua construção como evolução cognitiva.  E destaca como importante que as comunidades epistêmicas tenham devida atenção a uma agenda de pesquisa construtivista, para que melhor possam compreender o cenário que se vive. Dentre tais assuntos dados como significativos, destaco alguns:  A natureza emergente dos  atores políticos;  A construção social da estratégia de conflito;  Questões ambientais e  sustentáveis;  e inclusive instiga uma pesquisa referente  A  construção da “paz democrática” nesse aparato construtivista.

Como admiradora desta teoria, um tanto complexa, porém muito esclarecedora, espero que os leitores do blog tomem esse texto como algo que também os instigue a aprofundar o conhecimento através da visão construtivista.
O construtivismo é relevante para a sociedade atual e inclusive  é tido  como ponte entre diferentes teorias, principalmente por  ter essa  essência  de  respeitar  em seu entendimento diversos pontos que constroem a história  e, portanto,  buscando não o absoluto  em tudo, mas as diferentes  possibilidades. 

Ainda aqui os indico, assim como a mim foi indicado em sala de aula, outros  importantes autores construtivistas, além de Emanuel Adler e Alexandre Wendt, como: Nicholas Onuf e Friedrich Kratochwil.

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