Rafael Theocharopoulos
Acadêmico do 3º semestre de Relações Internacionais da
Unama
Ao longo do presente artigo dissertar-se-á sobre o Dia do Orgulho Gay, o
significado desta data, com todas as suas representações, recorrendo aos
conceitos do teórico critico das relações internacionais, Andrew Linklater e
sua sociedade dialógica.
A data comemorativa surgiu em 1969 com a rebelião de Stonewall em Nova
Iorque. Stonewall era um bar usado pelo público alternativo como ponto de
encontro, uma vez que à época os homossexuais eram tidos como pessoas doentes e
assim eram proibidas de consumir álcool ou cigarros e então todos os bares da
cidade passavam por revistas da policia, onde os presentes deveriam
identificar-se e de alguma maneira provar que eram heterossexuais.
Estas revistas eram organizadas propositalmente em locais onde o público
era em sua maioria gay, com o intuito de conseguir suborno dos donos e dos
clientes. Tal situação causou revolta quando um dos clientes recusou-se a apresentar
sua identificação e sendo copiado pelos demais, tornaram-se protagonistas de um
embate violento com a polícia que culminou em um movimento de repercussão
internacional.
Inicialmente a data passou a ser usada como uma maneira de relembrar os
acontecimentos da noite de 28 de junho, a qual se tornou um marco histórico da
luta por espaço e respeito na sociedade, e uma tentativa de romper com os
padrões opressores existentes até então. Ruptura fundamental às gerações que
surgiriam nas próximas décadas.
Atualmente o referido dia é usado como uma expressão do orgulho por sua
identidade de gênero e tentativa de lembrar aos demais que essa identidade é
inerente ao indivíduo e não pode ser intencionalmente alterada. Para alguns
representa poder relacionar-se com os demais sem ter vergonha de ser taxado
como diferente, poder conseguir mudar o pensamento de certas pessoas quanto ao
assunto e principalmente conseguir o devido respeito e reconhecimento.
Andrew Linklater, teórico crítico das Relações Internacionais, com base
nos postulados do filósofo alemão Jürgen Habermas sobre a “ação dialógica”, que
em termos práticos ocorre quando o individuo para ser reconhecido como tal
depende do diálogo com outrem, cria a noção de “sociedade dialógica”. Ele
idealiza o cosmopolitismo, a inclusão e a celebração das diferenças. Neste
sentido, ele diz que grupos menores, antes excluídos ou desfavorecidos, por
serem em menor quantidade que os demais, por exemplo, passarão a ter os mesmos
direitos e terão acesso ás discussões que envolvem aquele nicho social do qual
fazem parte.
Neste aspecto, há um encontro da teoria com o referido tema, uma vez que
por anos a comunidade foi oprimida, e por mais que existam fluxos contrários ao
desenvolvimento do espaço adquirido pelo publico gay, e mesmo que ainda tenham
muitos pontos a serem revistos, o movimento conquistou um espaço significativo em
relação à época da década de sessenta, como preconizado nos postulados de
Linklater.
Referências
Bibliográficas
SILVA, Marco Antônio de Meneses. Teoria
Crítica em Relações Internacionais. Contexto internacional – vol. 27, no 2,
jul/dez 2005.
10 motivos para ter orgulho de 28/07.
Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2014/06/no-dia-do-orgulho-lgbt-gays-e-trans-listam-10-motivos-para-ter-orgulho-4537629.html.
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