sexta-feira, 27 de junho de 2014

Dia do Orgulho Gay

Rafael Theocharopoulos
Acadêmico do 3º semestre de Relações Internacionais da Unama

          Ao longo do presente artigo dissertar-se-á sobre o Dia do Orgulho Gay, o significado desta data, com todas as suas representações, recorrendo aos conceitos do teórico critico das relações internacionais, Andrew Linklater e sua sociedade dialógica.
          A data comemorativa surgiu em 1969 com a rebelião de Stonewall em Nova Iorque. Stonewall era um bar usado pelo público alternativo como ponto de encontro, uma vez que à época os homossexuais eram tidos como pessoas doentes e assim eram proibidas de consumir álcool ou cigarros e então todos os bares da cidade passavam por revistas da policia, onde os presentes deveriam identificar-se e de alguma maneira provar que eram heterossexuais.
          Estas revistas eram organizadas propositalmente em locais onde o público era em sua maioria gay, com o intuito de conseguir suborno dos donos e dos clientes. Tal situação causou revolta quando um dos clientes recusou-se a apresentar sua identificação e sendo copiado pelos demais, tornaram-se protagonistas de um embate violento com a polícia que culminou em um movimento de repercussão internacional.
     Inicialmente a data passou a ser usada como uma maneira de relembrar os acontecimentos da noite de 28 de junho, a qual se tornou um marco histórico da luta por espaço e respeito na sociedade, e uma tentativa de romper com os padrões opressores existentes até então. Ruptura fundamental às gerações que surgiriam nas próximas décadas.
          Atualmente o referido dia é usado como uma expressão do orgulho por sua identidade de gênero e tentativa de lembrar aos demais que essa identidade é inerente ao indivíduo e não pode ser intencionalmente alterada. Para alguns representa poder relacionar-se com os demais sem ter vergonha de ser taxado como diferente, poder conseguir mudar o pensamento de certas pessoas quanto ao assunto e principalmente conseguir o devido respeito e reconhecimento.
          Andrew Linklater, teórico crítico das Relações Internacionais, com base nos postulados do filósofo alemão Jürgen Habermas sobre a “ação dialógica”, que em termos práticos ocorre quando o individuo para ser reconhecido como tal depende do diálogo com outrem, cria a noção de “sociedade dialógica”. Ele idealiza o cosmopolitismo, a inclusão e a celebração das diferenças. Neste sentido, ele diz que grupos menores, antes excluídos ou desfavorecidos, por serem em menor quantidade que os demais, por exemplo, passarão a ter os mesmos direitos e terão acesso ás discussões que envolvem aquele nicho social do qual fazem parte.
          Neste aspecto, há um encontro da teoria com o referido tema, uma vez que por anos a comunidade foi oprimida, e por mais que existam fluxos contrários ao desenvolvimento do espaço adquirido pelo publico gay, e mesmo que ainda tenham muitos pontos a serem revistos, o movimento conquistou um espaço significativo em relação à época da década de sessenta, como preconizado nos postulados de Linklater.



Referências Bibliográficas

SILVA, Marco Antônio de Meneses. Teoria Crítica em Relações Internacionais. Contexto internacional – vol. 27, no 2, jul/dez 2005.

10 motivos para ter orgulho de 28/07. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2014/06/no-dia-do-orgulho-lgbt-gays-e-trans-listam-10-motivos-para-ter-orgulho-4537629.html. 

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