Bruna Pinheiro
Acadêmica do 5º semestre de Relações Internacionais da UNAMA
Nos últimos meses, a maior estatal brasileira,
a Petrobrás, tem passado por uma série de investigações a fim de compreender os
gastos exorbitantes com a refinaria de Pasadena. Muito antes das investigações
ou CPI’s que vêm sendo instaladas, está a compra da refinaria e todo seu
processo.
Nos processos de negócios internacionais
atuais, a presença de um internacionalista é fundamental, principalmente no que
tange a confecção dos contratos internacionais das empresas. Isso sem contar leitura,
interpretação e confecção do contrato, onde o maior prejuízo a estatal foi
causado. Diferentemente do passado, onde os operadores do direito eram os
atores principais para a elaboração deste contrato, os internacionalistas
possuem um olhar diferenciado para este e, caso ocorra um litígio, podem, até
mesmo, exercer o papel de árbitro internacional.
O caso da Petrobrás com a compra de
Pasadena é exemplo explícito de um caso para a justiça arbitral. O principal
motivo de todo problema envolto deste caso é o não auxílio correto por parte
dos analistas do contratado da Petrobrás. Este contrato, patológico e mal
compreendido pela estatal brasileira, a levou a ter grandes perdas financeiras.
A arbitragem internacional é um meio
alternativo para solucionar litígios com mais rapidez, mais sigilo, menos
burocracia, menos dinheiro e mais especialidade. Por isso, o internacionalista é
tão importante para a Petrobrás como grande empresa e de porte internacional.
Todavia, no caso de Pasadena, com o mau auxílio dado para a interpretação do
contrato, feito entre a Petrobrás e a Astra Oil, levou as partes à arbitragem
internacional, que teve sentença favorável a Astra Oil dado a validade do
contrato. Este é um caso que não pode ocorrer em um contrato internacional com
empresas de tamanho porte, visto que quando ocorrem perdas elas são
demasiadamente onerosas.
Apesar da perda da Petrobrás na sentença
arbitral proferida, vale ressaltar a relevância dos tribunais arbitrais e suas
peculiaridades como: a não aceitação de recurso, a rapidez da resolução de
conflitos e do cumprimento da “pena”. Lemes (2008) ressalta, em seu artigo,
sobre o aumento da cultura do uso da arbitragem no Brasil, o que percebemos
neste caso, apesar de não ter sido causa ganha a favor do Brasil.
O caso de Pasadena representa difusão da
arbitragem internacional pelo mundo e a necessidade de internacionalistas
capacitados, que compreendam a arbitragem como meio viável que deve ser mais
utilizado. Perdas sempre ocorrerão, mas elas podem ser evitadas e/ou mitigadas com
profissionais que auxiliem os empresários e demonstrem as variadas formas de se
solucionar um litígio. A Petrobrás, dada a relevância que possui no cenário internacional,
não pode ser auxiliada com descaso, sem os devidos cuidados em seus contratos,
para que perdas como esta e sentenças tão desfavoráveis não voltem a acontecer.
Referências
PETROBRÁS.
Refinaria de Pasadena: esclarecimento à imprensa. Acessado em: 11/06/2014.
Disponível em:
<http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2012/07/12/refinaria-de-pasadena-esclarecimento-a-imprensa/>.
LEMES,
Selma Ferreira. Estudos em Arbitragem, Mediação e Negociação. Vol 3. André
Gomma de Azevedo (org.). Brasília - DF: Grupos de Pesquisa, 2004.
EXAME.
As 50 maiores Estatais do Brasil. Acessado em: 11/06/2014. Disponível em: <
http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/as-50-maiores-estatais-do-brasil>.
OPORTO,
Silvia F.; VASCONCELLOS, Fernando. Arbitragem Comercial Internacional. Acessado
em: 09/05/2014. Disponível em:
<https://attachment.fbsbx.com/file_download.php?id=645062792249460&eid=ASsSTfBAgDAGpw4YiMkeu-Pox2ZqlBs-99vyWGIwinTiAaUnPfWp6_iwxjCHVLqm8Vs&inline=1&ext=1402671582&hash=ASvJ7vhuMVrhLZww>.
Faltou comentar sobre o governo...
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